Escola Sabatina

Lição 8
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O Grande Conflito nas Parábolas

Lição 08: 16 a 23 de fevereiro de 2002.

OBJETIVO DESTE ESTUDO:

Mostrar como podemos ver por meio das parábolas a amorosa obra de Deus e os esforços de Satanás para tentar impedir a realização dessa obra.

VERDADE CENTRAL O drama do grande conflito entre Cristo e Satanás é revelado claramente pelas parábolas.

INTRODUÇÃO

Nos evangelhos, estão arroladas cerca de quarenta parábolas. Em muitas delas está bem claro e definido o tema do grande conflito. Devido à limitação de espaço, este estudo traça considerações sobre cinco delas. São elas: A parábola dos solos, do joio e do trigo, da vinha arrendada aos trabalhadores, da festa de casamento e do filho pródigo. Ao apresentar as parábolas, Jesus estava mostrando como é Deus e como Satanás atua. As parábolas mostram o ser humano se distanciando de Deus voluntariamente. Em alguns casos, a separação é uma rebelião visível; em outros exemplos, o afastamento é feito por descuido, farisaísmo, ou entrega deliberada ao tentador ou por rejeição ao convite de Deus. Em cada uma dessas parábolas, tentaremos identificar o trabalho de Cristo e o de Satanás. Ao estudarmos cada uma das parábolas, vamos adotar o seguinte padrão:

Uma descrição geral da parábola.

Uma visão do grande conflito contido nela.

E finalmente, qual a lição que ela nos ensina.

I OS QUATRO TIPOS DE SOLOS.

Nos capítulos 11 e 12 de S. Mateus, há uma descrição detalhada da atitude dos fariseus, que rejeitaram a Cristo e inclusive tentaram matá-Lo. Após essa visão, Cristo opera diversos milagres, proclama-Se o Senhor do sábado, declara que Sua missão é arrancar as pessoas das garras de Satanás, faz o amável convite "vinde a Mim", adverte-os a respeito da rejeição do Espírito Santo e, finalmente, declara que virá estabelecer Seu reino. Cristo sabia que após a apresentação de cada verdade, Satanás tentaria arrancá-la do coração humano. Foi então que Ele narrou a parábola dos quatro solos. Na Palestina, cenário da parábola do semeador, as pessoas moravam em cidades e aldeias cercadas por muros, para segurança e proteção, e, pela manhã, saíam das cidades para os campos a fim de lidar com a lavoura, e à tarde voltavam para casa.

A) Descrição da parábola do semeador. (Mat.13:1-9 e 18-23)

1- A semeadura era feita geralmente de duas maneiras: O semeador punha um saco de sementes nas costas e saía pelos campos jogando as sementes. Ou punha um saco nas costas de um animal e fazia um pequeno orifício no saco. Enquanto caminhava com o animal, as sementes iam caindo por toda parte.

2- Nesta parábola, as sementes caíram em quatro diferentes solos:

a) Algumas sementes caíram à beira do caminho e os pássaros vieram e as comeram.

b) Outras sementes foram lançadas em solo rochoso ou pedregoso.Por falta de terra, e devido à dureza das pedras, a planta morreu.

c) Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Assim que germinaram, foram sufocadas pelos espinhos.

d) E, finalmente, uma parte da semente caiu em boa terra e produziu com abundância.

B) Uma visão do grande conflito nesta parábola.

1- Em cada caso, Satanás está a postos para destruir o que foi plantado no coração humano. Sua obra é impedir que a Palavra de Deus produza frutos. Ellen White diz: "Como os pássaros estão prontos para tirar a semente do caminho, assim também Satanás está atento para tirar da mente os princípios da verdade divina...Com fervor só comparável à sua maldade, procura frustrar a obra do Espírito de Deus. Enquanto Cristo, pelo Seu amor, atrai o coração, Satanás procura desviar a atenção daquele que é movido a buscar o Salvador."- Parábolas de Jesus, pág. 44.

2- Dentro desta parábola, podemos ver o desenrolar do grande conflito nos seguintes atos de Satanás.

a) O diabo ataca diretamente, arrebatando a semente do coração.

b) Impede que a pessoa fixe suas raízes profundamente na verdade que ouviu.

c) Envolve a pessoa nos cuidados desta vida a ponto de ser sufocada pelos interesses mundanos.

C) O que a parábola ensina?

1- A parábola me ensina que a semente dos quatro solos é a mesma, que o semeador é o mesmo e que o interesse do semeador é o mesmo. A diferença está no solo que recebe a semente. Lembre-se de que o solo é seu coração.

2- A parábola me ensina que Deus reparte Sua graça abundantemente.

3- A parábola me ensina que o resultado da colheita depende de minha aceitação.

II O TRIGO E O JOIO

Nesta parábola, um homem semeou boa semente em sua terra. Mas, dormindo os homens, veio o inimigo, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se. Quando o trigo cresceu e frutificou, apareceu também o joio. "No oriente, os homens vingavam-se muitas vezes do inimigo, espalhando semente de qualquer erva daninha, muito semelhante ao trigo, em crescimento, em seu campo recém-semeado." - Ellen White, Parábolas de Jesus, pág. 71. "O joio era muito parecido com o trigo, que só quando formava pendão, os melhores agricultores podiam identificá-lo" (Lição Professor, pág. 91)

A) Descrição da parábola.

1- Um homem semeou boa semente em seu campo.

2- Um inimigo veio enquanto os homens dormiam, semeou joio no meio do trigo e retirou-se.

3- O pai de família disse que um inimigo fizera aquilo.

4- Os empregados propuseram arrancar o joio.

5- O proprietário não permitiu, porque tinha preocupação com o trigo.

6- Mas garantiu que, na hora da colheita, o joio seria separado do trigo e levado para o fogo e o trigo para o celeiro.

B) Uma visão do grande conflito nesta parábola.

1- A obra do inimigo é vista na afirmativa: "Um inimigo fez isto."

2- Há cinco implicações nesta parábola, segundo John Fowler:

a) A presença do pecado neste mundo deve sua existência ao inimigo.

b) Os obstáculos para a difusão do evangelho são obra do inimigo porque o joio é um obstáculo.

c) Dentro do terreno fértil da igreja, o inimigo semeia o joio.

d) Embora devamos ser implacáveis com o pecado aberto, devemos ser cuidadosos com pecadores que se parecem com o trigo e tem suas raízes entrelaçadas.

e) Dentro do grande conflito, Deus ainda detém o controle. Satanás gostaria de ver o joio arrancado, pois desta maneira muito trigo seria arrancado também. Mas Deus disse: Tenha paciência com o joio. Meus anjos o arrancarão e o queimarão na hora certa.

3- Na visão do grande conflito, se Deus tivesse destruído o primeiro joio Satanás, Seus anjos não teriam entendido a situação. É por isso que Deus pacientemente tem esperado o momento da colheita para queimar este joio.

C) O que a parábola nos ensina.

1- Esta parábola nos mostra como o mistério do mal atua na igreja e como finalmente Deus lidará com ele.

2- Esta parábola também nos ensina que falsos irmãos podem estar na igreja intimamente ligados aos verdadeiros discípulos.

3- Ela também me ensina que não devo julgar os motivos das pessoas.

4- E finalmente esta parábola me ensina como Deus lidou com o primeiro joio que apareceu no Céu Satanás.

D) PENSAMENTO:

"Satanás é um enganador. Ao pecar ele no Céu, nem mesmo os anjos fiéis reconheceram plenamente seu caráter. Esta é a razão porque Deus não o destruiu imediatamente. Se o tivesse feito, os santos anjos não teriam percebido o amor e a justiça de Deus...Por isso foi poupado o autor do mal, para desenvolver plenamente seu caráter...pois o joio não podia ser arrancado, sem o risco de desarraigar a preciosa semente." Ellen White, Parábolas de Jesus, pág. 72.

III A PARÁBOLA DA VINHA. (Mat.21:33-41)

A parábola da vinha nos mostra que somos mordomos, e não proprietários, de tudo aquilo que Deus nos confiou . Quando os lavradores maus expulsaram, apedrejaram e mataram os enviados e finalmente fizeram o mesmo com o filho, mostraram por sua atitude que pretendiam ser donos e não mordomos.

A) Descrição da parábola.

1- O verso 33 do capítulo 21 de S. Mateus, faz uma sucinta descrição das atividades do proprietário da vinha, que mostram que ele era o legítimo dono e tinha interesse no bem estar dos arrendatários. Note a seqüência dos verbos:

a) Plantou uma vinha. b) Fez uma cerca c) Construiu um lagar. d) Edificou uma torre.

b) No tempo de receber sua parte, enviou seus servos, que foram maltratados, apedrejados e mortos. Finalmente enviou Seu filho e eles o mataram também.

c) Aqueles infiéis foram julgados e castigados e a vinha foi tirada deles e entregue a outros lavradores que sejam fiéis mordomos.

B) Uma visão do grande conflito na parábola.

1- Nesta parábola vemos o ódio que Satanás conseguiu implantar no povo escolhido de Deus contra os profetas do Senhor, contra os mensageiros de Deus e finalmente contra Seu próprio Filho Jesus.

2- A história do grande conflito nos diz que Satanás no Céu desejou ser dono e não mordomo.

C) O que a parábola nos ensina.

1- A parábola nos ensina que os judeus eram os depositários da graça de Deus para o mundo. Como mordomos fiéis, eles tinham o dever de cumprir essa missão, mas falharam. Após muitas oportunidades, finalmente o Senhor cancelou o arrendamento com eles e os castigou por seus malvados atos. Deus confiou a mesma tarefa à Sua igreja. Se formos fiéis mordomos, o Senhor estará conosco, porém se formos infiéis o Senhor não poderá nos aceitar.

2- Além dessa visão escatológica de nossa missão, a parábola nos ensina que: a) Deus é nosso Criador; b) Que Ele nos deu a Lei para nos proteger; c) Que Ele nos deu status de filho do celeste Rei. Sendo assim, Ele espera de nós uma mordomia fiel quanto à vida, ao corpo e a tudo mais que confiou às nossas mãos.

PENSAMENTO:

"No meio de um mundo decaído e ímpio...devemos representar o caráter de Deus." Ellen White, Parábolas de Jesus, pág. 285.b

IV A FESTA DAS BODAS

A) Descrição da parábola: (Mat. 22:1-14)

Resumo: Um rei, ao celebrar as bodas de seu filho, envia convites às pessoas de seu conhecimento, mas elas não querem vir. Desejoso de ver uma linda festa, envia outros mensageiros com um segundo convite, mas os convidados dão outras desculpas e também não vão, e ainda são agressivos com os mensageiros. Então, o rei envia um terceiro convite aos pobres, aleijados e párias da sociedade. A festa começa, e o rei vai ver seus convidados. E qual não é sua surpresa ao encontrar ali um cavalheiro sem as vestes nupciais. Interrogado, o cavalheiro ficou mudo. Então, foi jogado para fora da festa.

Nesta parábola temos quatro pontos a destacar:

1- O convite de Deus Em primeiro plano, o convite do evangelho foi estendido ao povo judeu. Mas, com a rejeição por parte destes, o evangelho foi então estendido a todo mundo.

2- As provisões de Deus Assim como o rei preparou o alimento, o lugar e até as vestimentas para a festa, Deus tomou todas as providências para nossa salvação.

3- A rejeição Da mesma maneira como os convidados rejeitaram o convite do rei, hoje muitos estão tão ocupados com seus afazeres que não querem aceitar o convite que Cristo lhes faz.

4- O juízo Na parábola, aquele que não aceitou a vestimenta foi condenado. O mesmo se dá no campo espiritual, os que rejeitarem a justiça que Cristo oferece, semelhantemente serão condenados no juízo final.

B) Uma visão do grande conflito na parábola.

O grande conflito está retratado nesta parábola pelo comportamento das pessoas envolvidas no convite. Elas estão divididas em dois grandes grupos:

1- O primeiro grupo é daqueles que rejeitam o amoroso convite de Cristo para o banquete da Salvação. Lembre-se do grande conflito no Céu. Deus insistiu, Cristo insistiu e os anjos insistiram com os anjos rebeldes, mas eles foram teimosos e rejeitaram o convite de voltar atrás.

2- O segundo grupo são aqueles que aceitam o convite, mas são presunçosos. Estes são os que se acham suficientes para operar sua própria salvação. Não sentem necessidade da justiça de Cristo. São os que procuram se salvar por suas próprias obras.

C) O que a parábola nos ensina.

A parábola me ensina três mensagens distintas:

3- Aqueles que rejeitaram o convite: a) O primeiro convite foi levado pelos doze discípulos de Cristo e depois pelos setenta. Mas os convidados não vieram para a festa; b) Em seguida, foi feito um segundo convite à nação judaica, após a crucifixão de Cristo. Mas a nação também rejeitou o convite do rei; c) E o terceiro convite está sendo feito hoje ao mundo inteiro. Aqui está nosso desafio: Aceitamos o convite? Estamos levando o convite aos que estão nas ruas e valados deste mundo?

4- Aqueles que aceitam o convite, mas são presunçosos também vão se perder.

"O homem que foi a ceia sem a veste de bodas representa a condição de muitos hoje em dia. Professam ser cristãos e reclamam as bênçãos e privilégios do evangelho;contudo não sentem a necessidade de transformação do caráter. Nunca sentiram verdadeiro arrependimento dos pecados. Não reconhecem a necessidade de Cristo, nem exercem fé nEle...Contudo pensam ser bastante bons em si mesmos, e confiam em seus próprios méritos em vez de nos de Cristo." Ellen White, Parábolas de Jesus pág. 315.

5- O conteúdo da parábola, segundo John Fowler, mostra o seguinte: a) Deus nos convida para celebrarmos a alegria da salvação. b) Deus é persistente em nos convidar. c) O homem é teimoso e resiste ao convite divino. d) A festa não ficará sem assistentes.e) O convite de Deus é gratuito.

V O FILHO PERDIDO. (Lucas 15)

A) Descrição da parábola:

O filho mais novo de uma família abastada pede sua parte da herança e parte para uma terra distante, a fim de aproveitar a vida longe dos reclamos e das leis do pai. O dinheiro se acaba e ele vai cuidar de porcos. Sujo e com fome, no meio dos porcos, ele decide voltar para a casa paterna e aceita ser um empregado. Ao voltar, para sua surpresa, o pai o abraça e o trata como se fora um príncipe aguardado, que estava chegando.

B) Uma visão do grande conflito na parábola.

Na história do filho pródigo podemos ver o drama do grande conflito nos seguintes pontos:

1- Esta é uma história do amor de Deus. Considere o filho que vivia em casa, com todas as regalias, reclamando das leis da casa paterna, exigindo sua parte da herança e partindo para o desconhecido. Esta cena já foi vista no Céu, quando um dos filhos, chamado Lúcifer, exigiu ter um lugar no monte de Deus, exigiu ser tratado como Deus, e disse que ele e seus anjos não precisavam de leis. Finalmente, ele parte do lar, causando uma ruptura no coração do Pai.

2- No início do grande conflito, o "eu" aparece em destaque. Eu subirei ao Céu, eu exaltarei o meu trono, eu serei semelhante ao Altíssimo, e assim por diante. Aqui na parábola notamos o mesmo espírito: "Dá-me a parte que me pertence". O pródigo não considerava o amor do pai, não era grato pelo lar que tinha, não importava a ele a tristeza estampada no rosto do pai. O que ele queria era satisfazer seu "eu".

C) O que a parábola nos ensina.

A maior lição que a parábola do filho pródigo nos ensina é o retrato fiel do amor do Pai. Assim como Lúcifer no Céu, o pródigo considerava o pai austero e duro. Mas depois de sofrer fome e passar por necessidades longe do calor paterno, ele reconhece finalmente quão grande é o amor do pai. Ellen White diz: "Em sua irrequieta juventude, o filho pródigo considerava o pai inflexível e austero. Que diferença é sua concepção dele agora...Assim também os engodados por Satanás consideram Deus áspero e severo...Consideram Sua lei uma restrição à felicidade humana, jugo opressor de que se alegram em escapar. Todavia o homem cujos olhos foram abertos por Cristo, reconhecerá a Deus como cheio de compaixão." Parábolas de Jesus, pág. 204.

PARA DISCUSSÃO COM SEUS ALUNOS:

1- A parábola dos solos menciona quatro tipos deles: Faça uma aplicação espiritual de cada situação.

2- Um membro de sua igreja foi disciplinado: (Pode ser uma censura ou remoção.) Então ele diz que vocês não podem fazer isso com ele, com base na parábola do joio e do trigo. O que você diz para ele? (Para lhe ajudar na resposta, vou escrever aqui uma citação: "Cristo ensinou claramente que aqueles que perseveram em pecado declarado devem ser desligados da igreja; mas não nos confiou a tarefa de ajuizar sobre caracteres e motivos.") Ellen White, Parábolas de Jesus, pág.71.

3- Considerando o cuidado da vinha como nossa obrigação de pregar o evangelho ao mundo e também como sendo a vinha nosso corpo, você acha que estamos dando ao proprietário os direitos que Lhe pertencem?

4- Leia apocalipse 3:17 e então pergunte à sua classe: Qual é a semelhança entre nós, de Laodicéia e o homem que entrou para a festa sem a vestimenta apropriada?

5- Os membros da sua igreja ou da sua classe são mais parecidos com o pai ou com o irmão mais velho, quando têm que recepcionar um pródigo que voltou ao lar? Como podemos fazer diferente se não estamos parecidos com o pai?

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